quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Passar vergonha no cinema ? Não, obrigada.












Essa mãe que vos escreve, estava louca para assistir : Marley, e eu .
Toca o telefone e é a Lindi perguntando se eu queria ir ao cinema.
-Mas e as crianças ? Com quem eu vou deixá-los ? Ah, quer saber? Vamos todos ao cinema.

E lá fomos nós : Eu, Di, Lan, Dani, Lindi e Maria Fernanda. Depois de uma fila enooooooorme ( a vontade de desistir foi quase maior do que a vontade de assistir ao filme), entramos.
E eu só pensava: Será que os meninos vão gostar do filme? Será que tem alguma cena que eles não deveriam ver ( censura 10 anos)? Será que o Lan vai ficar quietinho e me deixar ver o tal filme ?
Fui munida de balas, chocolates, chicletes ( só para último caso) , amendoins e etc. Qualquer coisa que pudesse comprar o silêncio deles .
O Di ficou direitinho, assistiu quietinho. Riu, entendeu, se emocionou ... e se convenceu a não ter um cachorro.
Agora o Lan, nem tanto !
Ele ficou quieto até o meio do filme. Perfeito, se levarmos em consideração que o filme não era para a idade dele. Do meio para o fim foi o terror, não tinha mais nenhum doce que fizesse a criatura sossegar.
Lá pelas tantas, ele se levanta da poltrona e diz:

- Aqui tá muito chato! Não gostei desse filme, vou embora.

Aí eu peguei- o no colo, e fiquei pedindo baixinho no ouvido dele para que ele ficasse quietinho que o filme já ia acabar e iríamos embora. Por uns cinco e preciosos minutos ele ficou direitinho. Depois ele resolveu que precisava de reforço e foi tentar chamar o Di para se juntar ao coro dele.
Não conseguiu.
Passou para outro plano cruel ( que sempre funciona, diga-se de passagem ) : Pedir para fazer cocô. Subiu no meu colo e susurrou no meu ouvido :
- Mãe, quero ir ao banheiro ?
- Quer fazer xixi ou cocô ?
- Cocô.
Não me convenceu, lembrei que ele já tinha ido ao banheiro umas duas vezes antes, não é possível que ainda tinha algo para sair. Ou era ?
Pelo despero de causa de continuar vendo o filme sem atrapalhar ninguém, resolvi apelar para o tal chiclete que tinha na minha bolsa. Pensei : Acho que não vai ter problema. É sem açúcar, tem xilitol ( não faço a menor idéia do que seja isso, mas no rótulo estava destacado como se fosse algo que causasse algum benefício ).
Então...
- Lan, quer um chiclete ?

Nossa , veio rapidinho! Era o grande sonho dele - Mascar chicletes. Mas eu morria de medo de ele engasgar, engolir ou outra neura qualquer de mãe . Mas para manter o silêncio no cinema, passei por cima das minhas preocupações.
E estava ele lá todo feliz a mascar com a maior bocarra aberta... Metido !!!
- Olha Di, tenho um chiclete na minha boca.
- Mãe, você deu isso para ele ?
Meu filho de sete anos, cheio de responsabilidades ... Mais até do que eu deveria ter naquele momento.
- Allan , não pode engolir. Se não quiser mais, cuspa aqui na minha mão. (eca!) .Disse o Di todo preocupado.

E o Lan: nhoc, nhoc , nhoc......

- Não quero mais, mãe !
-Tá, cuspa aqui. Falei sem nem olhar direito.

Dois segundos depois:
- Mãe , quero outro.
- Tá, toma .
Duas mascadas depois:

- Posso cuspir ?

Estendi a mão sem prestar atenção nele. ( Eca de novo !)

Um segundo depois:

- Mãe, quero mais um.

Uma mascada depois:
- Posso cuspir ?
- Allan, mastiga mais um pouco. Disse sem tirar os olhos da tela
- Nhoc, nhoc, nhoc.... E agora ?

Não dei atenção
Meio entediado, foi para o colo da tia Dani. Que diga de passagem, estava igual a mim e aos outros no cinema: com os olhos voltados para o filme.
Ele ficou sentadinho ali por uns dois minutos, até que a Dani percebe a moça ao lado dela estava olhando para ela de cara feia. A Dani vai verificar o que era: A cena era o Allan esticando os bracinhos e fechando, o chiclete mastigado ia esticaaaaaando e encolheeeeeendo. A mulher estava toda grudada. Toda constrangida, a Dani pede desculpas e me fala o ocorrido.
- Passe o maleta para cá, por favor.

Ficou mais uns minutos no meu colo e resolveu ficar escorregando até o chão .Subia e escorregava, tornava a subir e escorregar novamente......Aí chega uma das partes mais comoventes do filme: Tá lá o cachorro sofrendo, a familia chorando e se despedindo do cão, o cinema todo chorando. Só escutava uns fungados de nariz devido ao choro das pessoas ...O Allan achou que era uma boa hora para abrir o bocão e falar bem alto a pleno pulmões:

- Que coisa feia, mãe! Eu querendo fazer cocô e você nem me leva ao banheiro.
Eu queria que abrisse uma cratera no chão para enfiar a minha cara.
Logo escutamos umas gargalhadas no cinema.
Eu desesperada de vergonha, olhei para os lados e vi a Dani quase se arrebentando de tanto rir. A Maria Fernanda se escondendo embaixo do braço da mãe dela. O Di ,ria que se tremia. O Allan só perguntava :

- Por que todo mundo está rindo ?
- De você , bocózinho da mamãe.
E foi assim que eu e o resto do cinema conseguimos assistir ao filme.
Quando acabou o filme, fui levar a criatura linda ao banheiro e ele falou bem baixinho:
- Não quero mais fazer cocô.

Um comentário:

Maria Fernanda disse...

Noooosaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!
Eu lembro desse dia, foi muito vergonhoso!!!!
Agora antes de ir ao cinema com vcs vou pensar duas vezes.
RRSRSRSRSRSRSRSRS

BJS
Maria Fernanda